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Património Mundial da UNESCO | ||||
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A abadia vista de leste | ||||
País | ![]() | |||
Tipo | Cultural | |||
Critérios | i, iv | |||
Referência | 372 | |||
Região** | Europa e América do Norte | |||
Coordenadas | 54° 06′ 58″ N, 1° 34′ 23″ L | |||
Histórico de inscrição | ||||
Inscrição | 1986 (10ª sessão) | |||
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial. ** Região, segundo a classificação pela UNESCO. |
A Abadia das Fontes (Fountains Abbey), no North Yorkshire, Inglaterra, é um mosteiro cisterciense fundado em 1132 e actualmente em ruínas. A Abadia das Fontes é uma das maiores e mais bem preservadas abadias cistercienses de Inglaterra, classificado como edifício de 1º grau e actualmente propriedade do National Trust . Em conjunto com o adjacente Parque Real de Studley, é Património Mundial da UNESCO.
A Abadia das Fontes foi fundada em 1132, na sequência de desavenças e motins na Abadia de Santa Maria, em Iorque. Na sequência da revolta, foram exilados treze monges que, depois de frustradas tentativas de regresso à Ordem Beneditina, do princípio do século VI, foram acolhidos por Turstano, Arcebispo de Iorque. O Arcebispo cedeu-lhes uma parte do vale do Rio Skell, que possuía todos os materiais necessários para a construção de um mosteiro, nomeadamente pedra e madeira, e uma fonte de água corrente. Os monges solicitaram a sua entrada na Ordem de Cister em 1132.
A Abadia funcionou durante mais de 400 anos, até 1539, quando Henrique VIII ordenou a "dissolução dos mosteiros". Os edifícios da Abadia e mais de 2 Km2 de terras foram vendidos pela Coroa no dia 1 de Outubro de 1540 a Sir Richard Gresham, um mercador de Londres, pai do fundador da Bolsa de Londres, Sir Thomas Gresham..
A construção da Abadia começou em 1132, com pedras extraídas localmente, e foi objecto de um grande número de ampliações e alterações em períodos posteriores, que provocaram desvios em relação ao austero estilo arquitectónico cisterciense.
A igreja fica a curta distância do rio Skell, na margem norte, e os edifícios da abadia prolongam-se até ao rio e por cima deste. Contíguo à parte sul da igreja, está o claustro donde, a partir da ala leste, se pode aceder à sala do capítulo e ao calefatório, bem como ao refeitório e cozinha, a partir da ala sul. Em paralelo à ala oeste, desenvolve-se uma imensa estrutura de dois pisos suportada em arcos, incorrectamente denominada "claustros", que servia de armazém, celeiro e adega no piso térreo e de dormitório dos conversi ( irmãos leigos, responsáveis pelas tarefas agrícolas e pelas tarefas seculares da abadia). Na esquina sudoeste estavam instalados as latrinas, construídas como usualmente, por cima de um curso de água corrente. O dormitório dos monges ocupava o seu lugar habitual, por cima da sala do capítulo.
Algumas peculiaridades da construção incluíam a posição da cozinha, entre o refeitório e o calefatório, e da enfermaria (a menos que haja qualquer erro com a designação), sobre o rio, na zona oeste, junto com as casas de hóspedes. Adicionalmente, é de notar o coro de grande comprimento, cuja construção foi iniciada pelo Abade John of York (1203–1211) e continuada pelo seu sucessor, terminando num transepto oriental, obra do Abade John of Kent (1220–1247) e numa torre, adicionada pouco antes da dissolução pelo Abade Huby (1494-1526), numa posição pouco habitual, no extremo norte do transepto norte
O conjunto edificado e o carácter dos edifícios tem pouco que ver com um corpo de religiosos trabalhadores, comprometidos a uma vida de pobreza e renúncia. Nas palavras de Dean Milman, "o 'superior', antigamente um homem curvado pela humildade, pálido, emaciado, com um hábito pobre preso por uma corda, de pés descalços, transformara-se no 'abade' montado no seu cavalo de sela, ricamente vestido com a sua cruz de prata ao peito, viajando para tomar o seu lugar entre os poderosos da região. Contudo, apesar da transformação mundana sofrida por abades e monges, os agricultores e visitantes dos mosteiros católicos ingleses acabariam por lamentar a sua perda, bem como a violenta imposição do protestantismo, que se seguiu.
A Abadia das Fontes é monumento classificado pelo English Heritage, e propriedade do National Trust. Encontra-se adjacente a outra propriedade do National Trust, o Parque Real de Studley (Studley Royal Water Garden), com o qual é conjuntamente promovido. O National Trust também é dono de Fountains Hall, que pode ser parcialmente visitado pelo público.
Exterior de Fountains Abbey vista de sudoeste
Exterior de Fountains Abbey, focada na torre
Marcas de pedreiro na Casa do Capítulo
O celeiro dos monges